O secretário da Junta de Freguesia de São João da Ribeira e Ribeira de São João, Ricardo Silva, tem sido uma presença constante, não só nos eventos realizados na sua freguesia, mas também por todo o concelho de Rio Maior.
O Comércio & Notícias esteve à conversa com Ricardo Silva para ficar a saber que projetos tem para a Freguesia de São João da Ribeira e Ribeira de São João, liderada por Leandro Jorge, e quais as suas ambições futuras no mundo da política.
C&N – Ricardo pedíamos que fizesse uma breve apresentação sobre si?
RS – O meu nome é Ricardo Silva, sou casado, pai de dois filhos, nasci em Rio Maior, no antigo hospital, penso que fui dos últimos ali a nascer. Aos 4 anos fui viver para S. João da Ribeira, localidade onde me mantenho até aos dias de hoje. Sou um orgulhoso morador da terra onde vivo, onde as pessoas são a grande essência da freguesia.
Em São João da Ribeira frequentei a escola primária, telescola, a igreja, e as várias associações culturais e desportivas da freguesia. Foi em São João da Ribeira que construí casa e família, casei-me e batizei os meus filhos, tenho portanto uma relação muito umbilical com esta freguesia. Exerço a minha profissão há 28 anos, sou técnico de farmácia com um grande gosto pelo que faço.
C&N – Como é que o Ricardo Silva aparece na política?
RS – A política sempre me despertou interesse, saber como funciona e o seu fundamento foi e é o mais importante para mim, os valores da política bem aplicados são indispensáveis à sociedade civil.
Ao longo dos anos tenho acompanhado de forma discreta a política no concelho e na freguesia, e após vários convites ao longo dos anos, decidi aceitar o convite que me foi endereçado por duas pessoas cujo trabalho admiro bastante, Leandro Jorge – Presidente da Junta Freguesia e Luís Filipe Santana Dias – Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior. Foi em 2020 que comecei a preparar as eleições autárquicas, onde fui convidado para ser secretário na Junta de Freguesia.
C&N – Qual a sua opinião sobre a situação política atual no nosso país?
RS – Na minha opinião neste momento existe uma instabilidade política no país que nos deve preocupar a todos. Portugal precisa urgentemente de governantes competentes e idóneos. Não podemos continuar a hipotecar o nosso presente e o futuro. É imperativo entregar a liderança do país a pessoas com clarividência, competência e seriedade. Que defendam os interesses do país acima de qualquer interesse pessoal, que conheçam bem Portugal e os portugueses.
O país carece de várias reformas estruturais nos principais sectores da sociedade, saúde, justiça, a política da habitação tem que mudar, agricultura, finanças e muito mais. Uma cultura de estabilidade política é urgente para o país.
C&N – Que balanço faz destes seus primeiros dois anos como Secretário da Junta de Freguesia de São João da Ribeira e Ribeira de São?
RS – O balanço é muito positivo, tenho aprendido muito, todos os dias, a freguesia está bem, temos a sorte de ter um grupo de pessoas a colaborar com a Junta de Freguesia com grande responsabilidade e competência, falei em sorte mas a sorte dá muito trabalho, e neste ponto temos muito que agradecer a excelente gestão em toda a sua dimensão, financeira, recursos humanos e materiais ao nosso presidente Leandro Jorge.
Temos cumprido com o que nos propusemos fazer, somos uma equipa dinâmica, exemplo disso são as obras que foram levadas a cabo neste mandato: a Rua 8 de Setembro em Vale Barco (substituição conduta água, alcatroamento, passeios, etc), o complexo paroquial Maria Albertina, as obras no pavilhão Marcolino Nobre e no Cemitério na Ribeira de S João, as obras no estaleiro da Junta de Freguesia, a compra de trator e carrinha, estes são só alguns exemplos, mas temos outros projetos que nos honram muito, falo no programa Bebé Freguesia, que fruto de várias parcerias, contempla ofertas significativas, quer para o bebé, quer para os pais.
Criámos um gabinete de comunicação e imagem, pois acreditamos numa política de informação e transparência, que chegue a todos, por um lado, através das redes sociais, por outro, através do boletim informativo em formato de papel. A cabine de leitura Ruy Belo, uma mais valia para quem tem o gosto pela leitura, com várias literaturas disponíveis a título gratuito. O mercado mensal, no qual dinamizamos vários eventos, como é o caso do Mercado de Natal.
O apoio constante às nossas associações é ponto de honra para nós, apoiamos e incentivamos as nossas associações para sempre fazer mais e melhor, o nosso slogan reflete exatamente o nosso compromisso “Uma Freguesia de Pessoas para Pessoas”. Como disse no princípio o balanço é extremamente positivo.
C&N – Quais os principais obstáculos que tem enfrentado até ao momento?
RS – Os principais obstáculos são sem dúvida os orçamentos muito baseados na despesa corrente, como não temos fontes de rendimento, ao contrário de algumas freguesias do concelho, resta-nos gerir muito bem o nosso orçamento. Depois a capacidade de procurar apoios, candidaturas que existem, mas que estão um pouco escondidas no nosso sistema burocrático.
A Freguesia é grande temos muito que cuidar, organizar, manter. O nosso quadro de pessoal é reduzido, mas vai sendo complementado com outros colaboradores canalizados pelos programas do fundo de desemprego, constituindo, sem dúvida, uma mais valia.
C&N – Quais são os principais anseios da população que servem?
RS – A população anseia, e bem, por uma melhor qualidade de vida, e nós Junta de Freguesia tentamos, todos os dias, dentro das nossas possibilidades satisfazer os pedidos que nos são endereçados. Os fregueses, julgo que, anseiam sobretudo a manutenção das valências existentes como a extensão de saúde, o centro escolar, o espaço cidadão, posto CTT, o multibanco e anseia, certamente a conquista de novas valências.
C&N – Que projetos de maior relevo faltam ainda concretizar até ao final do corrente mandato?
RS – Trabalhamos em prol da nossa população, em breve a nossa rede viária será alvo de vários arranjos significativos. O espaço envolvente à igreja de Vale Barco será uma realidade, o projeto já foi apresentado. O parque Leovigildo Pestana será requalificado, aguardamos autorização por parte da IP, para podermos avançar com a obra.
Continuamos a fazer diligências junto de várias instituições bancárias para que a caixa de multibanco na Ribeira de S. João seja uma realidade. Todo o edifício da Junta de Freguesia será requalificado e modernizado.
A compra de vários equipamentos é também prioritário, face à necessidade de utilização na manutenção dos espaços, como é o caso de uma carrinha de caixa aberta basculante e um triturador para a limpeza das bermas.
Temos em marcha o maior projeto que será apresentado ainda este ano de 2024, um projeto muito ambicioso que certamente agradará à população.
C&N – Que tipo de apoio presta a Junta de Freguesia de São João da Ribeira e Ribeira de São João aos mais carenciados e idosos?
RS – A Junta de Freguesia tem na sua comissão social um importante papel, assinalamos e monitorizamos todos os casos sociais, auxiliamos todas as pessoas em situações precárias.
C&N – Qual o maior problema com que esta freguesia se debate?
RS – Não temos, felizmente problemas graves, existe uma situação que nos aporta maior preocupação, que já se arrasta há uns anos, falo da casa do poeta Ruy Belo, uma obra malfadada, que foi alvo de várias contrariedades, desde o incumprimento por parte da empresa contratada, a um fenómeno da natureza (vento) e por fim umas galerias subterrâneas que tiveram que ser estudadas, mas temos a garantia da Câmara Municipal que a obra será levada a cabo.
C&N – Que outros problemas necessitam de maior intervenção?
RS – Existem diversas pontes antigas na Freguesia que carecem de manutenção constante e intervenção mais significativa num curto espaço de tempo.
C&N – Qual o apoio que a Câmara Municipal de Rio Maior dá às Juntas de Freguesia do Concelho?
RS – A Câmara Municipal tem um papel crucial no apoio às freguesias do Concelho. A Junta de Freguesia de S. João da Ribeira e Ribeira de S. João tem uma ótima relação de cordialidade institucional com os interlocutores da Câmara nos diversos serviços e também com o Sr Presidente da Câmara, o Engº Filipe Santana Dias, que está presente sempre que necessário, preocupando-se verdadeiramente com as necessidades da população.
C&N – Como é a situação financeira desta Junta de Freguesia?
RS – A situação financeira da Junta de Freguesia é estável e sem dívidas. Regemo-nos por uma gestão rigorosa e cautelosa.
C&N – Que perspectivas tem o Ricardo para o futuro desta freguesia?
RS – O futuro estima-se promissor, somos uma freguesia com elevado potencial face às valências existentes, reunindo condições para que os residentes, embora fora da cidade usufruam de uma boa qualidade de vida, vivendo uma vida calma no campo mas com as infraestruturas básicas para o seu quotidiano. O nosso propósito é criar cada vez mais espaços que beneficiem o bem estar da população. A criação de novos espaços desportivos e de lazer estão no nosso horizonte, em breve divulgaremos um projeto auspicioso e promissor para toda a freguesia.
C&N – Como consegue gerir a vida de autarca com a vida familiar?
RS – Sou muito disciplinado em relação aos meus horários, todos os dias vou às instalações da Junta Freguesia, secretaria e estaleiro. Acordo cedo o que me permite acompanhar os trabalhos logo ao raiar do dia. Por outro lado, as tecnologias dão uma grande ajuda permitindo à distância acautelar uma parte da gestão. A vida familiar é prioritária, mas consigo gerir bem o meu tempo com a freguesia e com a família.
C&N – Que mensagem quer deixar à população da sua freguesia?
RS – A mensagem que quero deixar à população é uma mensagem de tranquilidade, dizer que a gestão da Junta de Freguesia está entregue a um grupo de pessoas empenhadas e idóneas. Diariamente o Executivo trabalha em prol de uma freguesia mais organizada, mais dinâmica, mais capaz de responder a todas as situações que vão surgindo. Juntos e com os olhos postos nas pessoas, trabalharemos para o crescimento salutar e sustentável, reconhecendo que o caminho é por vezes sinuoso e que nem sempre é fácil colocar em prática os nossos objetivos porque a nossa esfera de ação é limitada, mas assumimos o compromisso de lutar diariamente para conseguir mais e melhor nas diversas vertentes: sociais, económicas e na qualidade dos nossos serviços.
O futuro será desafiador, é crucial que tenhamos a resiliência necessária para continuar a trabalhar em prol da “nossa grande” Freguesia de S. João da Ribeira e Ribeira de S. João.
C&N – Para finalizar, acha que poderá ser candidato a Presidente desta Junta de Freguesias nas próximas eleições autárquicas de 2025?
RS – Já imaginava que essa pergunta pudesse surgir… posso dizer que é um gosto e uma honra trabalhar em prol da minha freguesia. Terão sempre que existir pessoas que se predisponham a assumir estes cargos de responsabilidade, porque tendencialmente os meios mais pequenos ficam esquecidos. Posso dizer que “o futuro a Deus pertence” e que vontade não me falta, mas em breve teremos novidades em relação a este tema.