Por João Maurício
O município de Leiria inaugurou, recentemente, no centro da cidade, um memorial onde estão inscritos 245 nomes – figuras ligadas ao concelho leiriense. Essa é a lista dos presos políticos (1926/1974). No memorial estão, também, os nomes de 13 deputados constituintes eleitos pelo distrito de Leiria.
Destacamos os nomes de Alberto Costa, natural de Alcobaça, preso político e, mais tarde, ministro. Aí, é possível encontrar ainda o nome de José Gonçalves Sapinho, natural do Sabugal, fundador do PSD e com uma vida ligada à vizinha freguesia da Benedita.
No memorial encontram-se outras figuras mais conhecidas, como Álvaro Órfão, antigo presidente da Câmara da Marinha Grande, e Vasco da Gama Fernandes que esteve na primeira linha contra a ditadura. Entre outros, estão, também, nomes de pessoas de todos os quadrantes políticos e cidadãos anónimos.
Enaltecemos a atitude da Câmara de Leiria que, deste modo, perpetua a memória dos que se bateram contra o regime de Salazar.
Também em Torres Novas existe um memorial onde estão assinalados nomes dos “cidadãos naturais ou residentes em Torres Novas, presos por motivos políticos entre 1926 e 1974”.
Finalmente, referimos a recente inauguração do Museu Nacional da Resistência e Liberdade, instalado no Forte de Peniche, por onde passaram muitos presos políticos. Também, aqui, existe um memorial com 21 metros de largura e 4 metros de altura, com os nomes de 2510 presos políticos que por lá passaram.
Há quem diga que não se deve olhar para trás, como se o passado fosse possível apagar!!!
Recordar o passado é uma forma de projetar o futuro.
A História é sempre Memória. Por isso, só para citar estes três casos: Leiria, Torres Novas e Peniche resgataram do esquecimento a história de tantas vidas. Felizmente!