No âmbito do Dia Nacional das Acessibilidades, o Município de Santarém, em colaboração com a Associação Salvador, organizou, no dia 29 de outubro, a conferência “Acessibilidades para todos: desenhando um futuro inclusivo”, no Teatro Sá da Bandeira.
Na sessão de abertura, João Teixeira Leite, Presidente da Câmara Municipal de Santarém (CMS), destacou a importância do tema e referiu que “no âmbito das políticas públicas, quando pensamos o território, temos que dar um contributo prático para que este seja mais inclusivo. E isso está demonstrado nas intervenções que temos realizado, onde temos tido a preocupação em ter um território mais acessível, como é o caso das obras no Largo da Alcáçova, no Largo Ramiro Nobre e na Praça Visconde Serra do Pilar. Há ainda um enorme caminho a percorrer, mas os projetos que estamos a desenvolver e que vão ser lançados em breve têm como base esta premissa de termos um território cada vez mais inclusivo”.
A conferência contou com a presença de Felismina Gomes, Embaixadora da Associação Salvador e Luís Amaral, Presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM), que falaram sobre as suas experiências referindo que a acessibilidade e a exclusão social estão interligadas. Deve-se garantir que todos se podem deslocar e integrar na vida em sociedade sem enfrentar dificuldades ou discriminações e, neste sentido, tal como Luis Amaral referiu “não estamos apenas a falar de barreiras físicas, mas também de princípios, mentalidade e cidadania”.
A acessibilidade nas cidades é um tema central na busca por sociedades mais inclusivas e igualitárias. Trata-se da capacidade de todas as pessoas, independentemente das suas habilidades físicas, sensoriais ou cognitivas, em terem acesso e utilizarem os espaços urbanos, os serviços e as oportunidades disponíveis.
Paula Teles, Presidente e Fundadora do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM) em Portugal e Coordenadora da Rede de Cidades e Vilas que Caminham, começou a sua intervenção com “quem não tem mobilidade não tem liberdade”, referindo que é essencial preparar as cidades para que todos possam caminhar livremente e “não estamos só a falar de pessoas com deficiência motora, mas também de idosos, pais com carrinhos de bebé e qualquer pessoa que possa ter dificuldades de locomoção”.
A falta de acessibilidade está presente em vários locais. Seja nos transportes públicos, nos edifícios e espaços públicos, hotéis e até mesmo nos restaurantes. Para uma pessoa com mobilidade reduzida, são inúmeras as barreiras encontradas nestes espaços urbanos. E neste sentido, Alfredo Amante, Vereador da CMS com o pelouro da mobilidade, referiu que “todos temos a responsabilidade em promover um território mais inclusivo. Este tem de ser um trabalho multidisciplinar, onde tem que haver um compromisso coletivo de governos, empresas, organizações da sociedade civil e cidadãos individuais”.
A criação do Dia Nacional das Acessibilidades assinalado a 20 de outubro, promovido pela Associação Salvador e promulgado pela Assembleia da República em 2021, visa alertar e consciencializar a sociedade para a falta de acessibilidades, que continua a ser um dos principais fatores de exclusão social das pessoas com deficiência motora.