O jovem artista plástico Miguel Antunes apresentou na tarde do passado, sábado, 28 de setembro, a sua primeira exposição individual em Santarém: ‘Gigantes Frágeis’. A mostra é uma reflexão que convida a devolver o olhar sobre as árvores, da sua importância e da sua relação com a humanidade.
A exposição pode ser visitada até ao próximo dia 9 de novembro na Casa do Brasil/Casa Pedro Álvares Cabral, de terça-feira a sábado, entre as 9h00 e as 12h30 e das 14h00 às 17h30h. Ao longo da exposição está prevista a realização de atividades como caminhadas, yoga, meditação, prova de chás, plantação de árvores em colaboração com o Município de Santarém ou ainda a apresentação do livro ‘Árvores que se comem’, de Fernanda Botelho.
“Qual o valor de uma árvore?”, é a reflexão proposta por ‘Gigantes Frágeis”, onde o artista convida o público “a devolver o olhar sobre as árvores, da sua importância até à relação que nós, Humanidade, mantemos com elas. Procuro confrontar o visitante com o natural/vegetal, questionar a facilidade com que hoje se corta uma árvore ou até mesmo uma floresta inteira”, confessa.
O artista diz procurar “confrontar o visitante com o natural/vegetal, questionar a facilidade com que hoje se corta uma árvore ou até mesmo uma floresta inteira”. Através dos trabalhos expostos, Miguel Antunes diz pretender sensibilizar para a identidade que cada árvore transporta em si, acrescentando novos olhares e formas de representação que partem do natural e são diretamente transpostas para a obra de arte, como no caso de ‘Mapas da Terra’, um conjunto de desenhos onde se expõe a ferida resultante do corte de um olival de 23 hectares, ou em ‘Ramos de Vida’, onde se explora o confronto e a aproximação entre árvore e o ser humano. “Entre exterior e interior, recrio o espaço do museu como lugar de transição e acolhimento, espaço que permite a ligação entre Natureza e Humanidade” e a “interação entre obra e lugar, desenho e realidade”, acrescenta ainda o artista.
A exposição é composta por pintura, fotografia e instalação de elementos naturais que complementam a leitura e acrescentam significado aos trabalhos. Estes elementos, colhidos na sua maioria no Concelho de Santarém e trazidos para a mesa de trabalho, são pedaços da realidade que transportam consigo a energia dos lugares e convocam o momento de criação, desejando ser mais do que uma exposição. O espaço convida a refletir sobre a relação com a Natureza e a pensar a forma como encaramos o natural e o seu tempo sobre nós, revelando como as nossas manifestações diárias podem influenciar, alterar, condicionar e destruir a vida vegetal e, consequentemente, a nossa. “Entre exterior e interior, recrio o espaço do museu como lugar de transição e acolhimento, espaço que permite a ligação entre Natureza e Humanidade”, acrescenta ainda.
‘Gigantes Frágeis’, explica Miguel Antunes, “deseja ser mais que uma exposição, é um espaço onde podemos refletir sobre a nossa relação com a Natureza, pensar a forma como encaramos o natural e o seu tempo sobre nós, revelar como as nossas manifestações diárias podem influenciar, alterar, condicionar e destruir a vida vegetal e, consequentemente, a nossa. Porque, na verdade, não vivemos separados, mas unidos por linhas subtis que nos entrelaçam a todos”, diz.
Miguel Antunes nasceu em Santarém, em julho de 1991. Formou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, onde estudou entre 2009 e 2015. Iniciou a experiência profissional em Lisboa, onde trabalhou entre 2016 e 2021, altura em que criou e estabeleceu um atelier de arquitetura em Santarém.
Em 2015, frequentou ainda o Curso de História de Arquitetura Portuguesa no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto. Entre 2018 e 2019 realizou uma investigação sobre arquitetura e museologia na Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça, experiência que lhe permitiu participar em várias conferências nacionais. Nos anos de 2022 e 2023 foi ainda docente na pós-graduação em Museologia na Autónoma Academy, em Lisboa.
Paralelamente ao seu trabalho em termos de arquitetura, Miguel Antunes expandiu-se como artista plástico, tendo iniciado, em 2016, um conjunto de trabalhos onde explora a relação entre natureza e humanidade sobre o nome de ‘Gigantes Frágeis’, onde a partir do desenho e da pintura, procura sensibilizar para a identidade que cada árvore transporta em si e alertar para a sua importância.
Atualmente, colabora também com a Largo Alto, Cooperativa Cultural da Colina do Castelo em Lisboa e tem desenvolvido a sua atividade profissional no atelier que fundou com projetos de arquitetura em Santarém e Lisboa.














