

A Unidade Local de Saúde do Oeste (ULS Oeste) lançou no dia 4 de setembro o concurso público para a realização da empreitada de criação do Serviço de Medicina Intensiva, que terá um investimento de 1. 430 676,00 €, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Recorde-se que, em abril de 2021, foi anunciado pelo Ministério da Saúde o início do processo de planeamento para a criação de cuidados intensivos no Centro Hospitalar do Oeste, distribuídos por dois locais, um polo em Caldas da Rainha e outro em Torres Vedras.
Tal anúncio veio na sequência da contestação pelo Centro Hospitalar do Oeste, ainda em 2019, da não previsão do Centro Hospitalar do Oeste na proposta de Rede de Referenciação de Medicina Intensiva, então em revisão.
Para além do mais, ficou patente a relevância da criação de um Serviço de Medicina Intensiva na Região Oeste no pico da pandemia, quando foram transferidos vários doentes infetados com SARS CoV-2 para Unidades de Cuidados Intensivos de outras unidades hospitalares, por necessidade de ventilação invasiva.
No decurso dos estudos visando a implementação desta resposta, concluíram os pareceres técnicos e as entidades competentes pela respetiva avaliação, por impedimentos de natureza técnica, pelo que, por agora, apenas a Unidade Hospitalar de Torres Vedras tem condições para acolher este tipo de unidade, dada a necessidade de cumprimento de exigências legais e estruturais.
Estando em causa uma necessidade premente, a responsabilidade de dar resposta aos doentes críticos dos oito concelhos da Região Oeste, e no sentido de aproveitamento de uma oportunidade de financiamento por incentivos europeus, a ULS Oeste avançou com uma candidatura ao Aviso CENTRO2030-2024-9 – Infraestruturas Hospitalares.
Não tendo esta candidatura obtido deferimento, a ULS Oeste recorreu ao PRR, tendo alcançado aprovação do projeto em causa, que consiste na adaptação e realização das obras necessárias em duas áreas, com capacidade para 14 camas de medicina intensiva.
Note-se que a Região Oeste, na área compreendida entre as Unidades Hospitalares de Leiria e Loures não dispõe de cuidados intensivos, com todas as implicações nefastas em termos de tempo de acesso, qualidade de assistência, captação e eficiência de recursos humanos.
Esta legitima pretensão dos habitantes e da própria ULS Oeste destina-se a servir a população residente, mais de 250 mil pessoas, bem como os milhares de utentes sazonais, decorrentes da afluência turística e do trabalho agrícola temporário.
Com a criação do Serviço de Medicina Intensiva (SMI) na ULS Oeste, pretende-se dar resposta a todos os doentes críticos que necessitem de cuidados de medicina intensiva (com origem na urgência e/ou no bloco operatório) e que até agora são obrigatoriamente transferidos para outras unidades hospitalares do SNS.
No âmbito da criação do novo SMI da ULS Oeste, estima-se que sejam atendidos 326 doentes críticos por ano, que anteriormente teriam de ser transferidos para outras unidades hospitalares.
Para o Conselho de Administração da ULS Oeste, a criação deste Serviço de Medicina Intensiva é determinante para dar uma resposta assistencial mais abrangente e diferenciada, quer ao nível da urgência/emergência, quer no apoio no pós-operatório de doentes com patologias mais complexas, sem que estes tenham que ser transferidos para os hospitais centrais. É também um fator que poderá promover a captação e retenção de recursos humanos diferenciados, possibilitando o desenvolvimento das áreas cirúrgicas, cujas patologias obrigam a uma retaguarda de medicina intensiva, sendo uma mais-valia para toda a população do Oeste e para o crescimento e desenvolvimento técnico dos profissionais da Unidade Local de Saúde do Oeste.






 
                                     
                                     
                                     
                                     
                                    









