A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Rio Maior, presidida por António Quevedo, assinalou o seu 132.º aniversário no último domingo, dia 8 de dezembro.
A Direção e Comando do Corpo de Bombeiros preencheram a manhã com o Hastear da Bandeira, o Café do Bombeiro e uma romagem ao cemitério em homenagem aos bombeiros, sócios e amigos falecidos, tendo sido depostas coroas de flores no talhão onde repousam os restos mortais daqueles que em tempos deram parte da sua vida a esta nobre instituição.
Ao meio-dia foi celebrada na Igreja Paroquial de Rio Maior uma missa solene por intenção dos bombeiros, dirigentes e sócios falecidos.
Após o almoço, foi feita a receção às entidades convidadas, tendo a Fanfarra dos Bombeiros, dirigida pelo Maestro Cristiano Pestana oferecido ao muito público presente uma belíssima atuação.
Pouco depois, o Salão Nobre, completamente lotado, acolheu a sessão solene comemorativa deste 132.º aniversário dos Bombeiros de Rio Maior.
Na sessão conduzida pelo Bombeiro Gonçalo Santos, o Presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Rio Maior, António Quevedo começou por relembrar “todos aqueles que, tendo já partido, deixaram-nos um legado de valor incalculável, que hoje, nos cumpre zelar e salvaguardar para o futuro. o reconhecimento do esforço realizado em prol da nossa Associação por esses homens e mulheres, ficará para sempre guardado nas nossas memorias. Honra lhe seja feita. Aquilo que somos hoje é fruto do esforço e empenho de todos aqueles que ao longo dos tempos partilharam o sentimento de união que tornou possível conseguir mais e melhor, em prol de uma comunidade que, infelizmente, não está atenta à nossa realidade, nem se preocupa com as nossas necessidades”, realçando que “apesar das dificuldades continuamos a acreditar que trilhamos o rumo certo, investindo em equipamento, em viaturas, em recursos humanos, na formação dos nossos quadros e na valorização do nosso património”.
A finalizar a sua intervenção António Quevedo pediu uma salva de palmas para o Corpo de Bombeiros de Rio Maior, salientando que “essas pessoas tão especiais, que estão sempre prontas a ajudar qualquer que seja a hora, só tenho duas palavras: Muito obrigado”, concluiu o Presidente da Direção.
Paulo Cardoso, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior, usou seguidamente da palavra, começando por salientar: “As minhas primeiras palavras são obrigatoriamente direcionadas para o passado. Passado esse que nos honra, que nos guia, e que nos orgulha. Cento e trinta e dois anos de história, onde a solidariedade, a fraternidade e o amor ao próximo estiveram sempre na linha da frente. Não é fácil transmitir nestas palavras tudo aquilo que esta Associação e o seu Corpo de Bombeiros significam para mim e para todos nós”, frisou.
O comandante dirigiu-se depois ao quadro ativo da sua instituição: “São estas mulheres e homens que demonstraram durante o presente ano, total disponibilidade, e o espírito de sacrifício necessário para desempenharem de forma disciplinada, abnegada, correta e profissional, diria mesmo brilhante, a missão que lhes está confiada pelo Estado Português”.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior dirigiu seguidamente as suas palavras para a direção da instituição: “Fruto do planeamento e da gestão apertada do orçamento dos bombeiros de Rio Maior, tem sido possível realizar impensáveis investimentos. A colaboração da atual direcção, não se reporta somente a investir e valorizar os bens materiais. Honra aqui fica feita ao esforço empreendido no sentido de dar todos os dias as melhores condições de trabalho e conforto aos nossos bombeiros voluntários e assalariados, para que sintam este quartel como a sua casa”, frisou Paulo Cardoso que terminou a sua intervenção agradecendo a todas as secções dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior.
Coube ao Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Filipe Santana Dias, encerrar esta sessão solene. O autarca começou por dizer que “a comunidade reúne-se hoje novamente para soprar 132 velas em honra dos Bombeiros de Rio Maior. Uma data em que assinalamos não só a respeitável longevidade desta nobre instituição, mas em que lembramos todos aqueles que, através da sua dedicação, contribuiram para que esta associação e este corpo de bombeiros sejam tudo aquilo que são hoje”.
Prosseguindo, Filipe Santana Dias, referiu que “neste dia, assinalamos as conquistas, recordamos as aprendizagens que tivemos com os momentos menos bons, e recusamos esquecermo-nos de todos aqueles bravos homens e mulheres que partiram antes de nós, e cuja memória nos impele a continuar o bom trabalho, essencial à comunidade riomaiorense e ao país”.
Filipe Santana Dias lamentou a falta de efetivos nas corporações de bombeiros, e deixou um recado: “O país não pode cometer o crasso erro de considerar que a carreira de bombeiro é igual a qualquer outra. Sem desprimor para outras carreiras, não podemos dar-nos ao luxo de tratar por igual aquilo que é, clara e inequivocamente, diferente. Na minha modesta opinião, Portugal não pode desperdiçar a oportunidade de tornar a carreira de bombeiro mais, diria muito mais aliciante. Se o que temos para oferecer àqueles que arriscam diariamente as suas vidas para defender o que é de todos é igual, ou pouco diferente do que oferecemos a todos os outros cargos da sociedade, não me parece ser de estranhar que tenhamos dificuldade em captar, para os corpos de bombeiros de todo o país, valorosos homens e mulheres disponíveis para abraçar esta causa”, destacando algumas medidas que lhe parecem ser urgentes serem tomadas, como “vantagens no tempo para a aposentação, maior e melhor proteção nos seguros que amparam a atividade de bombeiro, maior e melhor proteção aos descendentes e maiores e melhores benefícios fiscais”.
O Presidente da Câmara referiu ainda que “Rio Maior tem trilhado um caminho de acompanhamento aos seus bombeiros e que queremos continuar a dar corpo. Reforçando, de forma permanente, os laços que unem a comunidade aos seus soldados da paz. O município a que tenho a honra de presidir, tem envidado esforços para acompanhar esta instituição nas suas necessidades. Seja através do regulamento social do bombeiro, seja nos protocolos que mantém com esta organização, seja na ajuda para equipamentos ou outros meios. Hoje quero deixar-vos a garantia de que é assim que pretendemos continuar”, realçou Filipe Santana Dias.
Na sua intervenção, o autarca transmitiu a todos os presentes uma importante novidade: “Neste novo quadro comunitário de apoio, os municípios da Lezíria do Tejo, da qual Rio Maior faz parte integrante, souberam unir esforços e planear investimentos por forma a capacitar os bombeiros com mais e melhores equipamentos”, frisando que a autarquia em articulação com o comando dos bombeiros “identificaram a necessidade de mais um veículo florestal de combate a incêndios, bem como uma panóplia de equipamentos de proteção individual”. Santana Dias disse que “somos conhecedores dos alargados prazos de entregas desta viatura e dos equipamentos, mas meus amigos e minhas amigas, estes já não fogem”.
A finalizar, Filipe Santana Dias revelou outra novidade, “ainda numa fase embriatória, estamos a desenvolver um projeto para que Rio Maior tenha uma força efetiva de proteção civil. Com homens, mulheres e meios dedicados a este serviço e que possam ter uma ação direta na prevenção e em qualquer operação de proteção civil”, realçando que este projeto “irá colocar Rio Maior na vanguarda dos Municípios mais bem preparados para dar resposta em caso de qualquer necessidade”, concluiu o Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior.
Esta cerimónia ficou ainda marcada por homenagens, condecorações, atribuição de prémios a elementos da Fanfarra e os Prémios Bombeiro do Ano “Comandante Dr. Eduardo Agostinho” a Ruben Carvalho e ao Recruta do Ano, Ana Vasco Santos.