Entre os dias 8 e 11 de agosto, a mais genuína música feita em Portugal regressou à aldeia de Cem Soldos, pelo Festival Bons Sons. A aldeia de Tomar voltou a encher-se de público, após um ano de interregno, devido a obras que melhoraram as ruas e os recintos.
Ficam desta edição alguns números: 4 dias de festival, 43 concertos, 32 espetáculos e atividades paralelas, cerca de 200 artistas, e ainda dezenas de concertos surpresa pelas ruas da aldeia e no Palco Garagem. Cerca de 33.500 visitantes, que passaram pelos concertos, atividades de dança, cinema, histórias encenadas e oficinas artísticas. Nesta edição, a 12ª em 18 anos, não se esqueceram os 50 anos do 25 de Abril. A arte foi de bem receber, pelos cerca de 700 habitantes.
Foi também altura de não esquecer quem recentemente faleceu. Nas ruas de Cem Soldos ficaram inscritas homenagens a Sara Tavares (que aqui atuou em 2018), Fausto (atuou em 2010) e Armando Carvalhêda, da rádio Antena 1.
Foi mais uma edição, sempre em destaque nas rádios públicas nacionais Antena 1 e Antena 3, que fazem uma grande aposta nesta mostra da música portuguesa, com transmissões e reportagens em direto, com estúdios instalados no recinto central da aldeia.
Da programação, destaque para Quis Saber Quem Sou — Um Concerto Teatral, uma produção do Teatro Nacional D. Maria II, que se apresentou no primeiro dia, revisitando as canções da revolução de Abril, as palavras de ordem, as cantigas que são armas, mas também as histórias pessoais das gerações que fizeram o 25 de Abril.
Esta apresentação especial privilegia a dimensão musical da criação, dirigida por Filipe Sambado, dando destaque à visão pessoal de Pedro Penim sobre um cancioneiro de teor político e de protesto, dos séculos XX e XXI. José Mário Branco, José Afonso, Fausto, GAC foram alguns dos nomes invocados nesta criação.
Entre os muitos concertos, destaque para a fadista Gisela João, The Legendary Tigerman, Club Makumba, Expresso Transatlântico e Cara de Espelho, entre outros.