
Na sua mais recente Assembleia, o Fórum Ribatejo apreciou a prevista construção de um açude no rio Tejo, a jusante de Constância.
O Fórum considera que, com a criação da albufeira resultante desse açude, estará seriamente ameaçado o património associado aos rios Zêzere e Tejo, traços matriciais do Ribatejo, seja na vertente imaterial das vivências sociais, culturais e religiosas das populações ribeirinhas, seja na vertente material dos territórios e das paisagens.
“Particular e danosamente atingida será a vila de Constância, cuja baixa ficará submergida, assim como será profundamente alterada a envolvente do castelo de Almourol. Trata-se de património intimamente ligado à identidade da nossa região”, realça o Fórum.
Na mesma nota informativa pode ainda ler-se que “se for por diante o projeto do açude, será drasticamente afetada a histórica ligação de Constância com a confluência dos rios Zêzere e Tejo. A vila ficará rodeada de água, submersa a sua praia fluvial e também parcialmente submersa a zona ribeirinha. São alterações radicais que destroem património em que muito investiram, quer o Estado quer as Autarquias. São previsíveis consequências negativas do ponto de vista económico, alterando as vivências da comunidade e violentando memórias ancestrais”.
O Fórum Ribatejo refere também que “quanto ao Castelo de Almourol, precioso Monumento Nacional com características únicas, o ilhéu em que está implantado e toda a sua envolvente deveriam ser salvaguardados, em lugar de, com o açude, virem a ser desvirtuados, revelando pouco respeito pelas comunidades, pela nossa Cultura e pela nossa História”.
Em consequência, o Fórum Ribatejo manifesta a sua enorme preocupação “pelas consequências do anunciado novo açude para o rio Tejo, associando-se às críticas que têm sido emitidas pelas autarquias locais, pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, bem como por diversas organizações ambientalistas e de defesa do património”.
