

A Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) manifesta, em comunicado, a sua preocupação perante os dados divulgados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), que revelam um decréscimo no número de estudantes colocados no Ensino Superior.
A FNAEESP revela que, nas últimas semanas, tem vindo a acompanhar os números relativos ao concurso nacional de acesso ao Ensino Superior para o ano letivo 2025/2026, que “evidenciam uma redução no número de estudantes colocados tanto no Ensino Politécnico como no Ensino Universitário, menos 23,02% e 6,28%, respetivamente”.
Segundo a FNAEESP “verifica-se ainda uma quebra na taxa de ocupação global de vagas, que desceu de 91,40% para 79,39%, traduzindo-se num aumento expressivo do número de vagas por preencher (4 703 em 2024 para 11 393 em 2025). Esta tendência é particularmente agravada nos territórios com menor pressão demográfica, onde se registou uma redução de cerca de 20% na taxa de ocupação, face ao ano anterior”.
“Adicionalmente, destaca-se com preocupação a diminuição do número de estudantes economicamente mais carenciados colocados no Ensino Superior, o que evidencia um agravamento das desigualdades no acesso”, revela ainda a FNAEESP, que face a estes números diz “reconhecer que a redução de estudantes colocados no Ensino Superior está fortemente associada ao atual modelo de acesso e aos elevados custos de frequências no Ensino Superior”, salientando que “é essencial que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação reformule as políticas de acesso ao ensino superior, de forma a atrair novos públicos, incluindo gerações mais velhas e grupos economicamente desfavorecidos”.
A FNAEESP diz ainda que “perante este cenário, torna-se fundamental promover uma reflexão séria e abrangente, envolvendo todos os agentes do sistema de Ensino Superior, com o objetivo de preservar o equilíbrio da rede nacional de ensino e reforçar o seu papel como motor de coesão territorial, desenvolvimento social e crescimento económico”, referindo que “o acesso ao Ensino Superior não pode ser um privilégio reservado a alguns. Deve ser um direito efetivamente garantido a todos os que tenham vontade e capacidade para aprender. O acesso é, afinal, a chave que abre as portas da justiça social, da mobilidade e do progresso coletivo.
A concluir, a FNAEESP diz que “cabe ao Estado e às Instituições de Ensino Superior assegurar políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades, combatam desigualdades e valorizem uma formação científica, técnica e humanista, essencial para que Portugal cresça de forma equilibrada, inclusiva e sustentável”.
