No passado dia 30 de agosto foi apresentado o projeto Ouro Líquido, no antigo Lagar de Azeite do Rancho dos Moleanos (Évora de Alcobaça), no concelho de Alcobaça.
Após um ano de trabalho em 2 Municípios-piloto (Alcanena e Torres Novas), o projeto Ouro Líquido chega aos restantes municípios do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros: Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Rio Maior e Santarém.
Tendo por missão valorizar a fileira da oliveira, cultura predominante dos espaços agrícolas deste território, o Projeto Ouro Líquido tem em agenda criar valor e procurar soluções para os desafios colocados ao olival tradicional, nos planos do modelo produtivo, organização do setor, fatores críticos de competitividade, financiamento e estratégia de promoção e comercialização.
Pretende contribuir para capacitar olivicultores e lagares e estimular os produtores a competir cada vez mais pela qualidade da azeitona e do azeite, produtos endógenos que agregam forte carga simbólica e história milenar, e que podem chegar a um mercado mais vasto.
Na agenda deste projeto está ainda o estudo e valorização da paisagem olivícola e de recursos ligados ao olival e ao azeite, por forma a desenhar uma estratégia olivoturística, que aporte valor económico e social às comunidades rurais, integrando produtos endógenos, gastronomia, natureza, paisagem rural, cultura e património.
Entretanto, está em curso a constituição de uma associação para promover a fileira da oliveira, agregando olivicultores, lagareiros e outros interessados pelo setor, com atividade nos 7 municípios com território no PNSAC.
O olival nesta região – maioritariamente constituído pelas variedades tradicionais, como a “Galega” e a “Lentrisca” – tem um forte valor simbólico junto da comunidade e das famílias que produzem azeite ao longo de gerações, mantendo vivo o apego às oliveiras herdados dos seus antepassados. O azeite foi sempre muito valorizado nesta região, sendo de assinalar o histórico papel dos monges cistercienses de Alcobaça na expansão do olival e produção de azeite, sobretudo nas vilas e lugares junto à Serra dos Candeeiros (Aljubarrota, Moleanos, Évora de Alcobaça, Turquel e Benedita), sabedores da boa adaptação do olival a terrenos mais pobres, sem água à superfície.
O investimento no Projeto Ouro Líquido para os sete Municípios envolvidos está orçado em cerca de 1 milhão euros em quatro anos.
