
Um aluno do 2.º ano da Escola Básica Marinhas do Sal, em Rio Maior, com 10 anos de idade, foi ontem, 14 de maio, suspenso por dois dias, por alegadamente ter agredido uma colega e ameaçado outros com uma navalha, tendo a escola já aberto um inquérito para apurar os factos.
Ao início da manhã de hoje vários pais de alunos desta turma concentraram-se junto à entrada principal da escola para posteriormente reunir com o seu diretor, exigindo medidas de segurança para que situações como esta não voltem a acontecer.
O Comércio & Notícias contactou alguns dos pais destas crianças que relataram que o aluno em questão “terá apontado uma navalha a vários colegas, sendo que pelo menos uma menina foi agredida com duas estaladas”, tendo uma mãe referido que “a filha teve a navalha encostada ao nariz”. A nossa reportagem constatou no rosto das crianças visadas algum receio ao regressarem hoje à escola.
Segundo o que o nosso jornal conseguiu apurar, o aluno em questão, trata-se de um jovem de origem africana, portador de deficiência física, que vive em Rio Maior apenas com um irmão mais velho, mas também menor de idade, e que será alvo de bullyng por parte de alguns alunos desta escola derivado à sua incapacidade motora. “Não temos nada contra essa criança, apenas exigimos que lhe seja feito um acompanhamento adequado, pois situações como estas não podem acontecer dentro de um estabelicemento escolar”, referiu uma mãe.
Contactado pelo Comércio & Notícias, o diretor do Agrupamento de Escolas Marinhas do Sal, Carlos Ribeiro, lamenta esta situação, referindo que “preferia não ter existido”, mas ainda assim desdramatiza o acontecimento explicando que “a professora do aluno em causa dirigiu-se ontem de manhã com ele à direção da escola porque soube que tinha uma pequena navalha no bolso, tendo a mesma sido imediatamente apreendida”, referiu, acrescentando que teve conhecimento da existência de um outro conflito no período da tarde: “Ainda não conseguiu apurar os factos, daí termos aberto um processo disciplinar, mas eventualmente terá dado duas chapadas a uma miúda de outra turma”.
Prosseguindo, o diretor deste estabelecimento de ensino informou que “o miúdo foi suspenso preventivamente para que possamos apurar toda a verdade da situação, tendo nomeado uma professora para fazer um processo disciplinar e só depois em função do seu relatório será decidido se o período de dois dias de suspensão preventiva é alargado ou se o aluno regressa à escola”. Carlos Ribeiro garantiu ainda que “a escola irá fazer um esforço para apoiar este aluno”, salientando que “já era acompanhado por uma psicóloga mas que irá ter um reforço nesse acompanhamento”.
O diretor da escola desmente que o aluno tenha apontado a navalha a outra colegas, “é mentira, ninguém viu a navalha, ela apenas foi detetada porque um colega que estava junto a ele se terá apercebido e disse à professora, que de imediatamente trouxe o aluno à direção e nós apreendemos a navalha”, salientando que “felizmente não temos situações de grande alarido aqui na escola, mas ninguém consegue prevenir que um aluno traga no bolso um pequeno objeto cortante”.
Relativamente às supostas agressões, Carlos Ribeiro disse ser normal numa escola “haver pequenos desentendimentos e um aluno dar uma chapada a outro, nós não estamos no paraíso e por vezes acontecem algumas situações menos agradáveis entre eles”.
Por fim o diretor desta escola disse já ter falado com os alunos e pais na tentativa de os sossegar, referindo que “há muita coisa que se acrescenta e nem sempre é verdade, mas nós estamos a fazer o nosso melhor para resolver este problema”, concluiu.
O Comércio & Notícias sabe também que o aluno suspenso, ao abandonar a escola, terá empurrado violentamente uma funcionária.
O caso foi participado à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Rio Maior.
