Assinala-se hoje, 27 de setembro, o Dia Internacional do Turismo
Sendo Rio Maior um concelho em pleno crescimento nesta área, o Comércio & Notícias falou com o Presidente da Autarquia, Filipe Santana Dias, para fazer um balanço deste sector em grande expansão.
Que aposta tem a Câmara Municipal de Rio Maior feito na área do Turismo?
O turismo é uma atividade económica fundamental para a geração de riqueza, emprego, captação de investimento e afirmação do território num contexto nacional e internacional e, por isso, a Câmara Municipal identificou o turismo como área prioritária de investimento. A localização do concelho de Rio Maior deve também ser aproveitada como uma oportunidade estratégica, uma vez que nos situamos próximos de locais com grande afluência turística, como Óbidos, Nazaré ou Fátima e a cerca de 70km de Lisboa. Por isso, definimos uma estratégia de afirmação do território que passa por aumentar a notoriedade do concelho de Rio Maior como destino turístico.
O investimento que temos realizado na promoção do território é um dos pilares da nossa estratégia. Seja através da promoção digital, redes sociais, canais de divulgação do turismo de Portugal, presença em feiras do setor, promoção outdoor nas principais estradas do país, enfim, um conjunto de dinâmicas na área da comunicação que pretendemos continuar a reforçar.
A relação de proximidade que temos dinamizado entre a Câmara Municipal e os nossos agentes e operadores turísticos tornou-se também num dos nossos pontos fortes. Era necessário reunir o sector para debater os nossos pontos fracos e poder transforma-los em oportunidades. Foi isso que fizemos, criando a Rede Local de Turismo que agrega todos os operadores turísticos do concelho e onde debatemos regularmente as iniciativas que devemos dinamizar para potenciar o sector.
A oposta no turismo natureza é também uma das nossas prioridades. Rio Maior tem cerca de 30km2 de Parque Natural da Serra D’Aire e Candeeiros, o que nos oferece uma diversidade de atividades de natureza muito interessantes. Por essa razão o município marcou o caminho dos candeeiros que liga Rio Maior ao concelho de Porto de Mós com destino a Fátima, assim como vários percursos serranos. Pela aderência que obtivemos decidimos estender o projeto a todo o concelho com a marcação de 300km de percursos pedonais e de BTT.
Outro ponto que gostaria de evidenciar foi o trabalho que desenvolvemos para conseguir a classificação de “Aldeia de Portugal” para a nossa aldeia de Marinhas do Sal. Foi fundamental conseguir a classificação daquela aldeia para conseguir afirmá-la perante a oferta nacional. Também a aposta no Auto caravanismo, com a construção do primeiro Parque em Chãos, se apresenta como uma oportunidade presente e futura, numa altura em que esse tipo de turismo cresce exponencialmente por toda a Europa.
Estamos cientes que à medida que a procura aumenta temos também que ir melhorando as condições para melhor receber os turistas que nos procuram e é isso que temos feito, com melhorias continuas em todo o nosso território, seja na adaptação de infraestruturas ou no aumento de pontos de informação turística, por exemplo.
Que perspetivas existem nesta área para mais investimentos privados?
O nosso objetivo é sempre criar as melhores condições para conseguir captar investimento privado. Diria que um aumento de 26% de unidades de alojamento que se traduziu num incremento de 57% do numero de camas no nosso concelho, nos últimos três anos, espelha bem que estamos a conseguir fazê-lo e que a estratégia que temos definida está a gerar resultados. E, ainda assim, continuamos com falta de camas para a procura que temos registado. E por isso não tenho dúvidas que tudo isto, juntamente com o aumento considerável de visitantes portugueses e estrangeiros, despertará o interesse dos investidores privados. Como sabemos, estes resultados não atraem apenas investimentos na área do alojamento, mas sim em tudo o que está inerente à procura turística e que tem um impacto muito considerável na economia local.
De que forma o Município tem investido na promoção dos produtos e produtores locais?
Diria que os produtos e produtores locais são a montra do nosso concelho. E por isso merecem da nossa parte todo o esforço para que, em conjunto, consigamos afirmar os nossos produtos no contexto nacional e internacional. Sempre que Rio Maior está presente em alguma feira, certame ou mostra, temos também presentes os nossos produtos/produtores, dedicando-lhes todo o destaque que merecem. O mesmo acontece, sempre que os nossos produtos estão expostos das mais variadas formas por todo o mundo, é também Rio Maior que ali está. E por isso, esta estreita relação entre o município e os produtores tem sido uma importante ferramenta de promoção do nosso território.
Rio Maior tem vários produtos reconhecidos a nível internacional com marcas com elevada notoriedade. E por isso lançamos o desafio aos nossos produtores de abrirem as suas fábricas e realizarem visitas guiadas. Essa foi a nossa mais recente aposta: o turismo industrial. Somos, ao dia de hoje, o terceiro município do Ribatejo e Alentejo com mais empresas aderentes. Esse é um motivo que nos deve orgulhar.
Sendo as Salinas de Rio Maior o ex-libris do concelho, o que tem sido feito e o que está projetado para capacitar ainda mais a atração dos turistas?
As salinas e a aldeia onde estão inseridas são hoje o maior ponto de atração turística do nosso concelho. Conseguir a classificação de “Aldeia de Portugal” foi um passo importante para catapultar as salinas para um patamar diferente. Para além de ser, por si só, uma importante ferramenta de promoção, consagra todas as características únicas e identitárias da aldeia e coloca-a numa rede de aldeias portuguesas com elevado interesse turístico.
A presença de visitantes tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Isso deve-se ao trabalho que temos desenvolvido, mas também à excelência dos operadores locais que têm aumentado a oferta existente em quantidade e em qualidade. Diria que está criado o ecossistema perfeito para que o destino seja cada vez mais forte.
É verdade que este crescimento exponencial também nos cria algumas dificuldades, mas diria que são “dores de crescimento”, que são positivas. Nos últimos anos temos realizado algumas intervenções que têm impacto direto nas melhorias das condições da visitação, mas é necessário dar um passo em frente. No próximo ano iremos iniciar a construção do parque de estacionamento das salinas, no topo norte, que aumentará consideravelmente o numero de estacionamento disponível e que é uma necessidade premente. Também as vias de acesso e circulação da aldeia continuarão a ser alvos de melhoramentos.
Não me quero comprometer com dados que não dependem exclusivamente de nós, mas estamos a envidar esforços para que, junto do Turismo de Portugal, tenhamos acessos a apoios que nos permitam a construção de mais uma ASA – Área de Serviço de Auto caravanismo nas Marinhas, não só porque já temos uma elevada procura desse tipo de turismo, mas também porque é necessário organizar o espaço e isso seria uma estrutura importantíssima.
O turismo acessível é também uma preocupação e por isso estamos a criar melhor condições de acessibilidade assim como implementamos leitores de paisagem inclusivos.
O que os turistas mais procuram quando chegam a Rio Maior?
Rio Maior é desporto, natureza, gastronomia, cultura, indústria, atividades e eventos, enfim, um destino rico naquilo que tem para oferecer. E é isso que temos tentado afirmar nos últimos anos. O que procuram os turistas é diverso e depende de muitos fatores. O nosso esforço tem sido em capacitar a resposta que lhes damos, tentando responder àquilo que são as suas expectativas.