

Por João Maurício
O Padre Luís Gonzaga Belo, beneditense e salesiano, missionário durante muitos anos em Moçambique, meu colega na escola primária, ofereceu-me recentemente um pequeno opúsculo onde recorda os padres beneditenses já falecidos.
Tendo por base o texto de Luís Gonzaga, deixamos aqui a biografia do Padre Armando Delgado Marques, à qual acrescentámos outros dados recolhidos noutras leituras.
O Padre Armando nasceu a 31 de dezembro de 1928 (natural da Ribafria). Foi ordenado sacerdote a 29 de junho de 1953.
Coadjutor na Benedita, durante apenas quatro meses (agosto, setembro, outubro e novembro) de 1953, foi pároco de Rio Maior, vigário da vara, pároco das Fráguas, Outeiro da Cortiçada, Alcobertas, Arruda dos Pisões, Arrouquelas, Entroncamento e, em A-dos-Negros, paroquiou durante seis anos (de 1954 a 1959). Foi, também, professor no Externato Luís de Camões, na Escola Secundária e na Escola Preparatória, em Rio Maior, onde lecionou várias disciplinas.
Em 1994, é nomeado Administrador Paroquial de Vila Nova da Barquinha e na Atalaia.
É admitido, aos 9 anos de idade, nas Oficinas de São José (Salesianos), em Lisboa, após a morte do pai. Aos 13 anos, a 5 de janeiro de 1942, dá entrada no Seminário Patriarcal de Santarém. É ordenado em Lisboa pelo Cardeal D. Manuel Cerejeira.
Em Rio Maior, o Padre Armando abraçou e dedicou-se à tarefa para a qual tinha sido nomeado pelo Cardeal Cerejeira que lhe disse “vais para Rio Maior para construíres uma nova igreja”.
Integrou-se bem na comunidade riomaiorense e estava sempre pronto para ajudar a quem nele procurasse ajuda.
Organizou jogos de futebol e levou jovens a Lisboa para verem o cinema. Foi fundador dos ranchos folclóricos do Arco da Memória e da Senhora da Luz. Ligou-se ao jornalismo, tornando-se associado da tipografia que imprimia o jornal “O Riomaiorense”. Impulsionou o Lar Dos Velhinhos e ajudou na criação do Jardim de Infantil “O Ninho”. Todavia, o seu maior feito foi o de transformar mentalidades e conseguir unir a população na ajuda aos mais desfavorecidos.
A evangelização e ação pastoral revitalizaram-se em Rio Maior com a criação de vários movimentos.
Marcolino Nobre, no seu livro “Retratos do Passado”, escreve que o Padre Armando nasceu no Casal da Marinha, freguesia de Santa Catarina. Assim não foi. Na verdade, daí, era a sua mãe, Bernardina Adelaide Marques. O pai Luís Marques, era, como o filho, natural da Ribafria, na parte nascente da freguesia da Benedita.
A sua Missa Nova aconteceu no Carvalhal do Bombarral, a 19/07/1953, onde a família se tinha fixado.
Marcolino Nobre diz que nos últimos anos de vida, o Padre Armando teve uma “vida simples, de grande modéstia e espírito de pobreza”. O sacerdote está eternizado na toponímia de Rio Maior e do Entroncamento.
As origens do Padre Armando são muito simples. O seu pai era sapateiro.
Ficou sepultado no Entroncamento.
Notas finais – por aprofundar ficaram muitos outros detalhes sobre este sacerdote. Chegou a ser vereador da Câmara de Óbidos. Tem, ainda, embora afastados, familiares na freguesia da Benedita.
Quando fechou a mina, a sociedade riomaiorense passou por uma enorme crise e o Padre Armando foi uma figura maior na luta contra a pobreza.
O sacerdote marcou pela positiva a História da Paróquia de Rio Maior, onde os efeitos do anticlericalismo da primeira república se fizeram sentir na prática religiosa. A construção da nova igreja veio alterar essa situação. É esse o legado do Padre Armando.















