
Por João Maurício
Em 1977, apareceu à luz do dia o livrinho “Marinhas de Sal de Rio Maior”, da autoria de Georgette Goucha, J. Calado da Maia e Fernando Duarte. Comemorava-se, nesse ano, os oito séculos de história das salinas de Rio Maior. A bibliografia referida na obra conta apenas seis referências, salientamos os livros “Sal Comum”, de Mário Vieira de Sá (1951) e “Salgado de Rio Maior”, de João Ferreira da Silva (1954), textos que, infelizmente, ainda não tive hipótese de ler.
Consegui, ao fim de muitos anos, encontrar, em Leiria, o livro “Estudos sobre a História do Sal Português” de Virgínia Rau.
A historiadora (1908-1973) editou a obra referida em 1951. Foi reeditado em 1984 pela Editorial Presença. Não encontrámos no texto nenhuma referência às salinas de Rio Maior. Acontece que a nova edição tem uma “Apresentação” um espécie de Prólogo, de dez folhas, da autoria de José Manuel Garcia, um historiador nascido, em Santarém, em 1956 e é professor na Universidade do Porto. Diz-nos o professor Garcia que “o sal encontra-se um pouco por todo o mundo, quer em zonas favoráveis do litoral, quer em minas de sal-gema”.
Em informações complementadas em rodapé, o autor refere que “tal como foi o critério de Virgínia Rau nos estudos mais à frente apresentados, também não tivemos este último tipo de exploração que em Portugal só tem um interesse secundário e muito circunscrito, num plano histórico, à região de Rio Maior. Isto não obsta a que se chame a atenção para o facto de não haver ainda um bom estudo que trate este assunto”.
Nota – claro que temos de concordar com as palavras de José Manuel Garcia. Falta um grande estudo sobre as Salinas de Rio Maior, mas isso requer uma longa pesquisa nos arquivos nacionais.
Nessa “Apresentação” aparece-nos um quadro sobre as marinhas portuguesas (Aveiro-Figueira da Foz, Rio Maior, Lisboa, Setúbal, Faro, Tavira, Vila Nova de Portimão, Alvor, Castro Marim e Entre Douro e Minho.
Infelizmente, o quadro não está datado, mas como vem anexo ao novo foral manuelino de Setúbal (1514), pensamos que se refere ao século XVI.
Aqui ficam os dados referentes a Rio Maior

