A promoção do desenvolvimento sustentável da Nazaré é uma das justificações da medida
O Município da Nazaré estuda a aplicação da taxa turística e irá apresentar uma proposta numa das próximas reuniões do executivo camarário.
O vereador da Câmara Municipal, Salvador Formiga, anunciou, ontem, durante a reunião de Câmara, que pretende “trazer para discussão e votação uma proposta completa e detalhada para iniciar a implementação da taxa turística, com o objetivo de definir um modelo justo, sustentável e que responda às necessidades da Nazaré”.
O vereador (PS) falou dos desafios que se colocam ao desenvolvimento da Nazaré, “uma vila que se tornou, não apenas um ícone do turismo mundial, mas também uma comunidade em transformação, pressionada em muitos sentidos por esse crescimento”, com cerca de 15 mil habitantes, mas que “recebe, anualmente, centenas de milhares de turistas e visitantes”.
“Este fluxo representa, sem dúvida, um motor económico fundamental, mas acarreta também uma sobrecarga significativa sobre as nossas infraestruturas, os serviços públicos e o ambiente, suportados atualmente pelos recursos locais e pela própria população da Nazaré”, disse Salvador Formiga, apontando a necessidade de criação de uma taxa turística, a exemplo do que já acontece um pouco por todo o país.
“Esta taxa permitirá que o turismo contribua diretamente para o desenvolvimento sustentável da Nazaré, canalizando as receitas geradas para iniciativas que reforcem a nossa capacidade de resposta ao impacto do turismo. Para que cumpra efetivamente o seu papel de equilíbrio, é essencial que essas verbas sejam direcionadas para projetos e áreas concretas”.
De acordo com a proposta, que irá a uma próxima reunião do executivo, parte das verbas provenientes da futura taxa será aplicada em Investimentos em Cultura, Ambiente e Infraestrutura.
“Com o crescimento do turismo, é essencial que reforçar os nossos serviços e preservar o nosso património natural e cultural. Parte da receita desta taxa poderá ser utilizada para preservar as nossas praias e áreas naturais, apoiar eventos e tradições culturais, melhorar o saneamento, o transporte e outros serviços públicos, para que continuem a servir tanto os residentes quanto os turistas”.
A criação de um Cartão do Munícipe é outra meta a atingir com as futuras verbas desta taxa, para possibilitar um conjunto de benefícios e descontos, a quem vive e trabalha na Nazaré, “minimizando os impactos económicos negativos do turismo. Este cartão poderia, inclusivamente, disponibilizar a cada nazareno um conjunto de viagens anuais em transportes públicos e no ascensor”.
Programas de sensibilização ambiental e sustentabilidade, que promovam uma Nazaré verde e responsável, e uma nova Geração de Cooperativas de Habitação na Nazaré serão outras vias de reinvestimento.
Salvador Formiga explicou que o projeto de habitação acessível para residentes está “planeado para o atual eucaliptal municipal, sitiado na pederneira, junto ao caminho real”.
“Numa área total de 30 mil metros quadrados, que permita construir mais de 100 fogos, que terá um impacto direto e duradouro na vida da comunidade, aliviando a pressão imobiliária e criando um espaço habitacional sustentável e inclusivo. É importante começarmos a dar passos largos neste sentido, sem esquecer a futura e necessária ligação da Rua do Caminho Real à rotunda da variante da Nazaré, situada junto à nova ponte das Barcas, criando um acesso fundamental a esta nova área habitacional e, por conseguinte, melhorando a circulação em toda a Pederneira”.