Por João Maurício
O Museu Municipal de Alcanena, inaugurado a 4 de outubro de 2024, tem como principal objetivo a salvaguarda dos testemunhos materiais e imateriais do Ser Humano na área do concelho, numa perspetiva regional, comprometendo-se a contribuir para a reflexão do presente e preparação do futuro. Guarda em si uma história plural e singular do território, com 45 mil anos: um saber-fazer muito particular, assente nas dinâmicas de uma micro região.
A exposição de longa duração estrutura-se em três coleções distintas:
– Arqueologia, com achados das áreas daquele município;
– Curtumes, única no país, pela sua especificidade técnica, científica e industrial;
– História Local, de caráter etnográfico.
O Museu tem um espólio grandioso, na área da indústria de curtumes, desde tempos imemoriais até à modernidade.
Vê-se que há ali dedo de quem sabe, já que aquela estrutura cultural prima pelo rigor científico e histórico.
Já em 1888, Gomes da Silva, na sua obra “Curtumes em Alcanena” escrevia que “o alcaneneiro é um homem laborioso. Vai, não manda”. De facto, Alcanena sempre foi terra de gente trabalhadora que subiu na vida a pulso.
Passar por aquele museu é fazer uma viagem pelos tempos do Marquês de Pombal, pelos produtos aí fabricados que iam da sola às camurças, às peles de carneiro ou de vitela. É também possível uma viagem pelas atividades ligadas à indústria de curtumes, nomeadamente os sapateiros. Conseguiu-se preservar todo o espólio de maquinaria antiga ligada ao setor.
O Museu Municipal de Alcanena é, de facto, um hino à história deste concelho vizinho.
Parabéns à respetiva Câmara Municipal por ter conseguido colocar de pé esse sonho antigo.