
Por João Maurício
II
O que procurei estudar, embora de forma leve, foi compreender a maneira como o terramoto de 1755 se fez sentir em Rio Maior. A foto serviu, apenas, para ilustrar o texto, talvez de uma forma menos conseguida. Retrata a vila de Rio Maior de tempos antigos, o que nos pode levar, pelo menos na vertente mais imaginativa, para épocas mais recuadas. A mesma até não foi escolhida por mim, mas assumo-a como tal. Quanto sei, não existe nenhum quadro que retrate Rio Maior do século XVIII. Se existir algum será, sem dúvida, sobre temática religiosa. Discordando da máxima chinesa que diz que “uma imagem vale mais que mil palavras”, neste caso concreto direi que uma palavra vale mais que muitas imagens. É só estudar História em profundidade para chegar a esta conclusão.
Nesses longínquos tempos, Rio Maior era uma pacata aldeia. Basta ler as obras de Ricardo Charters d’ Azevedo, nomeadamente sobre a construção da famosa Estrada D. Maria. Há falta de dados sobre o sismo em terras riomaiorenses.
Qualquer pessoa, mesmo os menos informados, sabe que em 1758 não havia fotografias. Apenas existem desenhos e pinturas sobre o sismo, tendo por base informações de quem presenciou esse triste acontecimento, especialmente sobre Lisboa.
Tenho publicado textos com o objetivo de divulgar a História de Rio Maior, a qual tem tido escassa investigação histórica. Embora de forma modesta, esse é o meu caminho.
Também procuro recordar as maiores figuras do concelho que contribuíram para o seu desenvolvimento. Algumas, infelizmente, estão injustamente esquecidas.
Às vezes, estes textos são mais conseguidos, outros são menos claros. Mas como disse alguém “só quem não escreve, não erra”. Os dados sobre a História de Rio Maior estão muito dispersos, o que dificulta essa investigação.
Rio Maior sofreu pouco com o sismo, o mesmo não se pode dizer sobre as invasões francesas, que aconteceram sensivelmente, meio século mais tarde.
Rio Maior não era concelho, quando o terramoto fez tremer o País. Tinha uma população reduzida e era quase nula a sua importância económica. Talvez, por isso, os historiadores se tenham dedicado a estudo mais aprofundado sobre terras mais importantes. Foi o caso o caso da Batalha que tinha uma joia arquitetónica – o seu mosteiro.
(Continua)
