Por João Maurício
Acaba de ser publicada a obra “100 anos de história a preto e branco”. Fica, assim, escrita a história do Grupo Desportivo “Os Nazarenos”, fundado, segundo os documentos oficiais, a 3 de Setembro de 1924.
O autor deste interessante trabalho é Joaquim Paulo, antigo jornalista. As cores do clube sempre foram o preto e o branco, cores que simbolizavam as lágrimas desse povo que sempre lutou com o mar, onde tantos nazarenos perderam a vida.
Estamos perante um dos clubes fundadores da Associação de Futebol de Leiria, em 1929.
O livro relata-nos os momentos altos e as crises dessa agremiação.
Aí são contadas muitas histórias, onde se relatam os “derbies” com o Atlético Clube Marinhense, o Alcobaça Futebol Clube, a Académica de Coimbra, o Ginásio Clube de Alcobaça, a Associação Desportiva de Figueiró dos Vinhos, o Caldas Sport Clube, o Sporting Clube de Leiria e Marrazes, a Académica de Santarém, a União Desportiva de Leiria, o Académico de Viseu, a Juventude de Évora, a União de Tomar e tantos outros clubes. Outras histórias aí são retratadas, como é o caso de Manuel Alberto Vieira (Vieirinha), que foi jogador do Benfica entre 1952 e 1955 e levou “Os Nazarenos” à 2ª divisão. O livro recorda os jogadores formados no clube que chegou à primeira liga, como foi o caso de Emílio Peixe (Sporting), Walter Estrela (Vitória de Guimarães), Ricardo Esgaio (Sporting), Eustáquio (F. C. do Porto).
A obra faz referência aos trinta e cinco presidentes que o clube teve neste século de vida.
Vi muitos jogos no velho campo da Nazaré, ali para os lados da atual biblioteca. Os jogos na Nazaré eram sempre muito vivos.
“100 anos de histórias a preto e branco” é uma obra que, no fundo, é um documento histórico.
Nota final – bom seria que Rio Maior seguisse este exemplo. Que apareça alguém que deixe, por escrito, a história do futebol nas terras riomaiorenses. Estes factos têm obrigatoriamente de ficar registados em livros para memória futura!
Dados curiosos: Desde 1992 que a Nazaré tem um novo estádio inaugurado a 15 de Agosto, num jogo particular entre o Grupo Desportivo “Os Nazarenos e a Académica de Coimbra. Mas o primeiro jogo oficial aconteceu entre o G.D.N. e a União Desportiva de Rio Maior. Diz-nos o autor do livro “100 anos a preto e branco” que a equipa riomaiorense venceu este jogo por 2-1. Foi uma partida da terceira divisão. A equipa da Nazaré passou a ter um campo moderno e relvado – o Estádio Municipal.
Abandonou, assim, o velho campo pelado da Comissão Municipal de Turismo a quem os nazarenos chamavam o “Tribunal”. O grupo nazareno tem uma ave no seu emblema. Ao contrário do que muitos pensam ser uma gaivota é, antes, uma águia em honra dos seus fundadores que eram benfiquistas.
