
Por João Maurício
Às vezes, os livros aparecem-nos, assim, quase sem darmos por isso. Foi o caso do Monólogo no Purgatório. O autor é João Manuel da Silva Mateus. Nascido em 2001, na região de Leiria, figura ligada à Psicologia. A informação que me chegou é que João Mateus tem raízes na Benedita.
Estamos perante um livro interessante, bem escrito e que provoca uma meditação. Prosa viva, de parágrafos curtos e ritmado. É a vida de Samuel Cohen. Samuel era um judeu que foi massacrado pelos nazis, já no final da Segunda Guerra Mundial. Um tempo que esperamos não volte nunca mais.

Diz-nos João Mateus “Numa manhã sombria de 1943, durante o “Levante do Gueto de Varsóvia” por parte dos soldados nazis, Samuel Cohen e a sua família foram brutalmente arrancados de sua casa e levados para o centro da vila, onde estavam a juntar todos os judeus”.
No fundo, o “Monólogo no Purgatório” é, para nós, uma reflexão sobre a maldade humana que, às vezes, não tem limites. É uma obra interrogativa, onde se questiona a razão de tanta injustiça e tanta violência. É, também, um texto de pausas “Samuel tenta não desnortear muito perante o quão chocado está, bebe mais chá e fica, uns segundos a pensar em silêncio”. (pág. 57). O livro reproduz muito bem toda aquela ambiência terrível do nazismo!
