Por João Maurício
O jornal Gazeta das Caldas, recentemente, trouxe-nos a novidade: o Quiosque do Bernardino tinha encerrado. O autor do texto foi o jornalista Isaque Vicente que conheço pessoalmente e tem raízes familiares na Benedita. Quanto ao “velho Bernardino”, segundo me disse há anos, tem relações familiares com Rio Maior.
Américo Bernardino, aos 74 anos, decidiu reformar-se de uma vida – 50 anos – a vender jornais, revistas e lotarias. Cem por cento sportinguista, era um homem divertido que tinha sempre um tempinho para falar com os clientes.
O seu quiosque ficava no topo norte da Praça da Fruta, nas Caldas da Rainha, junto à capela de São Sebastião. Há mais de cem anos que existem quiosques naquele local. Vêm dos tempos em que os produtos agrícolas por ali passavam, transportados em carroças puxadas por burros, com destino ao mercado a céu aberto, a dois passos. Os quiosques tiveram o seu tempo. Estão a desaparecer por todo o lado, mesmo noutros países como na Itália e em Espanha. Hoje, vendem-se menos jornais e revistas. Sinais dos tempos.
E se faço esta referência ao quiosque do Bernardino deve-se a razões pessoais.
Outros conhecem muito melhor do que eu a história dos quiosques de Rio Maior. e, por isso, não me atrevo a entrar por aí. Recordo-me, contudo, dos quiosques das terras por onde a vida me levou. Lembro-me, por exemplo, dos da Baixa de Coimbra, o da Batalha, bem perto do Mosteiro, o da Avenida Lourenço Peixinho, em Aveiro, e o que se situava em Alcobaça, bem perto da Câmara Municipal, na Gafa.
Os quiosques são comércio de rua. Mas foram sendo substituídos pelas chamadas ”bancas de jornais” no interior dos Centros Comerciais, e dos hipermercados .
Nada na vida é eterno e, por este andar, muitos mais dos quiosques existentes têm os dias contados. Mas alguns irão resistir. Assim espero. É uma imagem típica das cidades.
Para o Bernardino vai “aquele abraço” e votos de uma reforma com saúde.