Por João Maurício
Pontos de interesse
O itinerário desta rota inclui, entre outros, os seguintes pontos de interesse:
Concelho de Rio Maior – Capela de São Domingos (1628), Capela de Nª. Sª. da Asseiceira, Pontes da Ribeira da Amieira e de Abuxanas, Azenha-Asseiceira, Casa da Muda, Subida íngreme de Senta, Muros, Moinhos-Rotunda (Memorial) – Alto da Serra.
Concelho de Alcobaça – Quinta do Retiro (1730), Carvalhos da Violante, Estalagem, Lagoa de Frei João, Escola (1903), Charneca do Rio Seco, Capela da Serra (1921), Covão do Milho, Maré, Lagar, Lagoa do Barreirão, “O Santo” (1807), Penedo do Rosa – Moleanos de Évora de Alcobaça, Capela Srª da Piedade (1785), Igreja Nova, Vales Suspensos (PNSAC).
Concelho da Batalha – Chafariz (1744), Calvaria de Baixo, Mosteiro da Batalha (séc. XIV) – Batalha.
A Estrada Real da Rota D. Maria I / D. Maria Pia sobrevive habitada ou não, quer à esquerda, quer à direita do IC2. Quem lá mora? Quem lá vive? Que relação há com a paisagem e vizinhança de um ou de outro lado da Estrada/Serra?
A Rota começa no concelho de Rio Maior, passa pelo concelho de Alcobaça, salta o de Porto de Mós e termina no concelho da Batalha. O itinerário é a parte dos troços originais, ainda habitados, quer à direita, quer à esquerda do IC2, via rápida sobre a EN1, de 1961 e que “pisou” a Estrada D. Maria I.
Dinamizado com Associações locais e Juntas de Freguesias (JF), o projeto da Rota foi iniciado em 23.03.2023, plantando à beira da estrada “árvores próprias do terreno”, conforme o Alvará de D. Maria I ou atribuindo nomes de figuras locais a árvores já existentes. Na JF da Batalha, teve lugar uma conferência com R.C. Azevedo, autor do livro “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”.
Colaboração – “Cooperativa Terras Mágicas das Lendas”, na pessoa da professora Lúcia Serralheiro.
Notas – o Marquês de Pombal foi uma figura cimeira da História de Portugal, contribuindo muito para o desenvolvimento industrial do País. Um dos seus pontos fracos foi não ter apostado na construção de novas estradas. Por isso, D. Maria I (filha do rei D. José) optou por esse caminho, tentando dotar o país de uma rede de estradas que iriam contribuir para o seu desenvolvimento económico.
D. Maria I nomeou, em 1793, João Diogo Mascarenhas Neto, Inspetor de Estradas, cuja missão era empenhar-se na nova estrada que iria ligar Lisboa a Coimbra e, mais tarde, até ao Porto. O objetivo era substituir a antiga estrada, entre a capital e a chamada cidade dos estudantes, que passava pela Golegã. Essa via ficava, quando chovia muito, intransitável.
Em 1784, é feito um mapa assinalando as povoações, lugares, caminhos, quintas, linhas de água, relevo do terreno e terras de agricultura e incultas, nas terras dos termos de Leiria, Batalha, Porto de Mós e Santarém (ao qual Rio Maior pertencia), e dos Coutos de Alcobaça.
Famosa ficou a Estalagem da Mala Posta, construída junto às Pedreiras, no concelho de Porto de Mós. Era a chamada Estalagem dos Carvalhos. As diligências saíam de Lisboa e de Coimbra às segundas, quartas e sextas feiras, em simultâneo, às cinco horas da manhã. Encontravam-se, ambas, nesses dias às nove horas da noite e saíam às cinco da manhã do dia seguinte. Aí, os passageiros pernoitavam e aí faziam as refeições.
O serviço de diligências funcionou num período curto: entre 17 de Setembro de 1798 e a última a 4 de Maio de 1804. As carruagens tinham apenas 4 lugares e, muitas vezes, a lotação não ficava completa. O serviço apoiava o transporte dos alunos da Universidade de Coimbra. Os prejuízos sucessivos deste meio de transporte levaram à sua suspensão.